segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Da despedida

É difícil dizer adeus, mas ela não pensou duas vezes.Aquela situação estava muito insuportável; as discussões eram cada vez piores e por mais que ela tentasse, nao conseguia vencer uma batalha diaria.
Foi quando, silenciosamente, depois da que ela julgou a pior discussao entre eles, resolveu que ia fazer as malas e partir.Na escura madrugada, abriu a mala em cima da sua parte da cama e colocou ali dentro tudo que ela julgava necessário para a partida.Seus amigos sempre chamaram-na de teimosa, mas dessa vez tinha ido muito mais longe do que uma teimosia de criança; a paciência esgotara-se.De paciência, encheu a mala, sobrando um espaço um pouco menor para as outras coisas.Precisava de coragem.Coragem poucos tem de abandonar o que mais se gosta.Já fizera isso numa outra ocasião e enchera a mala da mesma coragem e paciência que enchia desta vez.Seria a última; não voltaria mais a pisar nesse lugar.
Precisou de alma para enfrentar a partida.Despedir-se de tudo que lhe queria bem era difícil, mas muitas marcas foram deixadas em seu corpo.Sim, aquela relação era muito intensa de todas as formas e ela feriu-se de tantos modos.Seu corpo já estava coberto de escoriações, mas sabia que sentiria falta.Colocou alma em sua mala, mas ela nao podia enche-la, ainda.
Achou que precisaria de futuro para colocar em foco, mas decidiu manter no armário.Deixa que a mala me leva, disse para si, muito baixinho para que ele não ouvisse.Deixou o futuro na gaveta e achou outras caixinhas que talvez fossem necessárias.Paixão.Paixão?Leva-se paixão numa despedida?Na sua última partida ela deixou a paixão para trás e seguiu sem ela.Foi bem sucedida.Nada de levar paixão, então.Paixão carrega remorso.
Ah, o orgulho!O orgulho era um caixotão pesado, mais pesado do que a paciência e a coragem.Cabia exatamente no espaço vago na mala, como se a mesma ja tivesse um compartimento específico para ela.O orgulho era para que ela nao voltasse atras na sua decisão.Na sua última despedida, deixou derramar do lado de fora da mala um pouco do seu conteúdo e arrependeu-se; desta vez nao precisaria de cuidado.Pegou cuidadosamente com as duas mãos aquela caixa pesada e encaixou delicadamente no vão da mala.Sentiu-se segura desta vez.Tudo estava ali dentro.
Era necessária aquela partida, mesmo que fosse por algumas temporadas.Precisava seguir um rumo diferente, ou não seguir; apenas pensar sobre ele, refletir sobre tudo aquilo que havia passado.Os amigos davam-lhe força e até ele deu-lhe muito apoio e confiou nela.A convivência era difícil e o trabalho era arduo demais.Não dava para suportar aquela dor, aquela baixa estima.Queria sumir dali, antes que amaldiçoasse todos os momentos daquela vida que viveu naquele curto periodo de sua vida.Curto, porém intenso.Extremamente.
Ela fechou a mala com facilidade, mas nao foi fácil tira-la de cima da cama.Era pesada.Com certeza ia fazer barulho para arrastá-la.Olhou para trás, viu o armário aberto.Viu as únicas roupas que deixara penduradas no cabide: uma calça branca, um paletó, uns tops coloridos e uma cinta amarela.
E partiu.
Percebeu que ele viu-na partindo, mas ela não olhou pra trás.Abriu a porta e sumiu na escuridão da noite.

Acabei de escrever esse texto e realmente achei que tinha ficado bom.Ai resolvi mostrar pra vcs tambem, e espero que gostem.Espero que leiam, tambem, pq eu sei que vcs acham meus textos muito chatos ¬¬

Pat =)

3 comentários:

Tiano YiffiY disse...

Essa história é livre baseada em uma amiga sua, né?


OU foi o que eu consegui captar das coisas que vc já me contou da vida.


Eu adorei!

Débora Wachholz disse...

Oi!
Adorei sim o texto, não tem nada de chato nele não!!!
Aproveito para falar que tem resenha nova lá no meu site, quando puder passa lá:
www.amorporlivros.com.br
Beijos e bom final de semana,
Débora

Anônimo disse...

Oi Bianca, tudo bem?

Me passe novamente o seu e-mail, porque o que você me passou é inválido, acho que você digitou um espaço ali no nome :)

Beijos
Fe

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