segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Da despedida

É difícil dizer adeus, mas ela não pensou duas vezes.Aquela situação estava muito insuportável; as discussões eram cada vez piores e por mais que ela tentasse, nao conseguia vencer uma batalha diaria.
Foi quando, silenciosamente, depois da que ela julgou a pior discussao entre eles, resolveu que ia fazer as malas e partir.Na escura madrugada, abriu a mala em cima da sua parte da cama e colocou ali dentro tudo que ela julgava necessário para a partida.Seus amigos sempre chamaram-na de teimosa, mas dessa vez tinha ido muito mais longe do que uma teimosia de criança; a paciência esgotara-se.De paciência, encheu a mala, sobrando um espaço um pouco menor para as outras coisas.Precisava de coragem.Coragem poucos tem de abandonar o que mais se gosta.Já fizera isso numa outra ocasião e enchera a mala da mesma coragem e paciência que enchia desta vez.Seria a última; não voltaria mais a pisar nesse lugar.
Precisou de alma para enfrentar a partida.Despedir-se de tudo que lhe queria bem era difícil, mas muitas marcas foram deixadas em seu corpo.Sim, aquela relação era muito intensa de todas as formas e ela feriu-se de tantos modos.Seu corpo já estava coberto de escoriações, mas sabia que sentiria falta.Colocou alma em sua mala, mas ela nao podia enche-la, ainda.
Achou que precisaria de futuro para colocar em foco, mas decidiu manter no armário.Deixa que a mala me leva, disse para si, muito baixinho para que ele não ouvisse.Deixou o futuro na gaveta e achou outras caixinhas que talvez fossem necessárias.Paixão.Paixão?Leva-se paixão numa despedida?Na sua última partida ela deixou a paixão para trás e seguiu sem ela.Foi bem sucedida.Nada de levar paixão, então.Paixão carrega remorso.
Ah, o orgulho!O orgulho era um caixotão pesado, mais pesado do que a paciência e a coragem.Cabia exatamente no espaço vago na mala, como se a mesma ja tivesse um compartimento específico para ela.O orgulho era para que ela nao voltasse atras na sua decisão.Na sua última despedida, deixou derramar do lado de fora da mala um pouco do seu conteúdo e arrependeu-se; desta vez nao precisaria de cuidado.Pegou cuidadosamente com as duas mãos aquela caixa pesada e encaixou delicadamente no vão da mala.Sentiu-se segura desta vez.Tudo estava ali dentro.
Era necessária aquela partida, mesmo que fosse por algumas temporadas.Precisava seguir um rumo diferente, ou não seguir; apenas pensar sobre ele, refletir sobre tudo aquilo que havia passado.Os amigos davam-lhe força e até ele deu-lhe muito apoio e confiou nela.A convivência era difícil e o trabalho era arduo demais.Não dava para suportar aquela dor, aquela baixa estima.Queria sumir dali, antes que amaldiçoasse todos os momentos daquela vida que viveu naquele curto periodo de sua vida.Curto, porém intenso.Extremamente.
Ela fechou a mala com facilidade, mas nao foi fácil tira-la de cima da cama.Era pesada.Com certeza ia fazer barulho para arrastá-la.Olhou para trás, viu o armário aberto.Viu as únicas roupas que deixara penduradas no cabide: uma calça branca, um paletó, uns tops coloridos e uma cinta amarela.
E partiu.
Percebeu que ele viu-na partindo, mas ela não olhou pra trás.Abriu a porta e sumiu na escuridão da noite.

Acabei de escrever esse texto e realmente achei que tinha ficado bom.Ai resolvi mostrar pra vcs tambem, e espero que gostem.Espero que leiam, tambem, pq eu sei que vcs acham meus textos muito chatos ¬¬

Pat =)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

-Poema sobre a vida-

Que me matem em previsões
Que a vista interior lembre-se de mim
Que na sua mente me fechem os portões
Que eu vou viver com quem eu disse sim.

Nada tema meu tempo vivido
Nada Será aproveitado sem o meu suor fosco
Nada tema do meu partir corrido
Nada pode um mal,contra o sorriso no rosto.

E Prefiro morrer vivendo a vida
E não viver uma morte sofrida
E tatuada em olhos assustados
E em bocas de ouvidos calados.

Não tenho medo do fim do tempo
Não vivo o medo de não usar a história
Não quero a vida velha em desalento
Não serei rodeado de ratos roendo a escória.

Mesmo se por um acaso eu for
Mesmo assim, não fique demais em estupor
Mesmo você pode criar na memória sua
Mesmo homem da tua realidade nua.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Adoro o pêlo levantado
O arrepio involuntário
O olho fechado
O sorriso ensaiado
O som do imaginado

Adoro a imagem criada
A voz calada
A falha da risada
A essência da palavra
A força acentuada
E peles e mãos e suspiros
E preces e respiração e arrepios

P.S.:Poema que eu fiz tentando...bem, vou deixar vcs interpretarem esse poema e me dizerem qual é a dele.Escrevi nesse ano, num momento em que eu estava...pensando na vida, hehehehe

Bjus a todos.

Pat =)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Estamos Sós

Hoje, ele leu um poema. Apesar das pessoas à nossa volta e de tê-lo feito a mando da professora, o leu para mim. Com a imaginação permitida somente aos poetas dela gozarem, vi-nos sozinhos neste mundo enorme: ele, recitando um poema; eu, ouvindo-o só em minha larga insensibilidade paradoxal das mulheres ditas apaixonadas. Era pequeno, 7 ou 8 versos, de cujo nome já me esqueci, porém a irônica efemeridade da qual Bandeira tratava nunca deixou de me assombrar os ouvidos. Efêmera essa nossa relação estranha, mutável e, por que não um tanto quanto sedutora. Não, não pense que temos algo...Não nesse sentido...Não dessa forma. De que serve ser direto? A emoção está na incerteza, no acaso, na inspiração...No impulso. Se o homem possui a peculiaridade dos animais de ter instintos, deve tê-lo por algum motivo. Poucos eram os versos, mas me pareceu o poema um épico, uma eternidade. Doce eternidade, da qual surgiam pitorescas palavras que se iam com o vento, que se iam com a voz daquele que virou o motivo das mudanças mais drásticas, das cobranças mais cruéis...Das esperanças mais falsas. Estávamos sós. Sós no mundo de dores, de conflitos, de injustiças, de loucos, de falsos, de amores. Estávamos sós. Nada girava, nada se movia, tudo se ouvia e todos calavam. O dia caiu numa noite de Sol e Lua, que, por estarem tão distantes, adoravam-se calados. As palavras iam-se como o Sol ao aconchego do Horizonte. Meus lábios riam-se como a Lua, por desespero e medo de perder cada momento daquele sublime espetáculo cotidiano, mas que nunca, nunca se repetirá de forma tão esplendorosa. De repente, a professora apareceu, os amigos riam, e o mundo voltou a ser mundo. Não havia mais poema, não havia mais Lua e Sol, não havia mais o sorriso. Não, não estou apaixonada, isto não existe. O que há é algo muito mais forte, intrigante, sedutor...Não diga que é amor, pois inexiste muito mais. Prefiro não sabê-lo. Prefiro não nomeá-lo. Prefiro não inventá-lo.

Bianca
(09/12/05)


sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ah, se esse poema fizesse você voltar

Ah, se esse poema fizesse você voltar
Eu o escreveria com mais amor
Do que escrevo agora
Ah, mas se por acaso
Voltasse a te encontrar
Não caberia tanta emoção
Em meu coração de menina
Nos meus sonhos
Ah, só vejo você
E quando acordo e vejo que não é real, isso dói ainda mais
No coração que ainda guarda
As esperanças de você voltar...
Ah, se esse poema fizesse você voltar...

P.S.: Poema antiiiiigo, da minha pior fase fundo-do-poço, em 2004.Ai é um dos pouquíssimos poemas que eu tenho, pq eu sou péssima pra fazer poeminhas...Mas enfim, esse é um dos menos piores, sei lá...

Vou botar poema pq todo mundo põe poema, mas eu nem costumo escrever poema...u.u

Pat =)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Jóia Rara

Amigo, querido, és sexto sentido
És amuleto, má sorte, gargalhadas.
Tão frágil vida por mim adorada!
Perfeito? Quem? Não vi!

Até sendo às vezes chato, ou
Por ter implicâncias, cacoetes mil,
Ter-te ao meu lado é formidável.
Defeito? Onde? Fugiu!

Antigo quarto de lembranças
Mesmo guardado, trancado, avança
Sendo cuidadoso, diga se gostou.
Recente? Como? Passou!

Inexplicável foi nos aproximarmos
Conforto nosso, ou não, nos aturarmos
Da tua face me lembro de Abril
Mente? O quê? Se Abriu!

Gravado na vida, na alma
Nas escadas da casa abarrotada;
Rígidas, frias escadas; foste minha calma.
Pedras? Quantas? Pisou!

Para que nos suportemos tanto tempo,
Nunca sejas o que querem ou esperam;
Ser é ser vivo livre puro...
Esquecido? Por quê? És tu!

Te digo de todo coração
Adoro essa nossa relação, por ser
Grande brincadeira séria da vida
Amigo? Não resta duvida!

(31/10/05)

Bianca
(leiam a primeira palavra de cada verso em seqüência)

obs,: Esse poema, como todos, fiz para um grande amigo meu, que eu amo muito e vou amar pra sempre!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Da camiseta

Ela já estava de pijama, estava perto da hora de dormir.O dia havia sido cansativo e ela já estava quase com os olhos fechados, mesmo ainda de pé, andando por todo o quarto.
Algo estava estranho no ar, e ela não conseguia identificar o que.Talvez a tonteira, talvez o gosto das coisas.O dia foi todo diferente pra ela e tudo ainda rodava na sua cabeça.Achou que estar adulta era fazer o que quisesse, mas não era exatamente assim.Agora sabe como funciona.
Ou não.Na verdade, nem sabia direito porque fez o que fez.Só sabe que falou, falou um monte de coisas, gaguejou, enfim...Fez papel de palhaça mais uma vez.Se ela tivesse ficado quieta, se ela não tivesse se manifestado.Mas será que foi só ela que se manifestou?
Ela tinha a sensaçao de que podia sentir na própria superfície da pele o que acabara de fazer.Não tão grave que pudesse se arrepender, mas grande o suficiente pra mudar o rumo das coisas que havia traçado para si.
Talvez uns dias lhe bastassem para recolocar a vida nos eixos.
Mas nem adiantava mais.Já havia feito, havia deixado, havia se entregado.Arrependeu-se por ter deixado.Logo depois, pensou que a culpa não era só dela.
Pegou de cima da cama a pequena pilha das roupas utilizadas no dia: uma calça jeans, um par de meias brancas, roupas de baixo e uma camiseta preta.Como se não lembrasse de nada, levou a manga da camiseta ao nariz para certificar-se do cheiro de desodorante (quase não suava, mas deixava cheiro de Rexona nas mangas das camisetas).Foi ali que ela sentiu aquele cheiro.Na gola.Na outra manga.Nas costas.Na barra.Nas suas mãos aquele cheiro já lhe havia dominado.Cheirou seus braços e lá estava ele.No cabelo.No pijama.Nos ombros.
Sabia de onde vinha aquele cheiro e foi tirá-lo de si debaixo do chuveiro.Pouco se importou com a hora tardia e enfiou a cabeça na água.Sabonete por todo o corpo, por todo o box.Irritada, esfregou o xampu na cabeça, como se arrancasse piolhos inexistentes dos longos cabelos castanhos.Não queria aquele cheiro delicioso para si, não queria ter lembrança de mais nada.
Saiu do banho, enrolou-se na toalha verde, voltou para o quarto.Vestiu outro pijama, secou os cabelos longos, sentou-se na cama.
Respirou aliviada, como se tivesse arrancado quilos de cheiro do seu corpo.Sorriu, pois sabia que a noite poderia ser menos dificil.Talvez a semana fosse um pouco mais, nunca é facil enfrentar a luta diária entre vc e vc mesmo.
Como numa inércia de sono, jogou-se na cama, com os pés ainda pro chão.Mas quando levou as mãos ao rosto, com o intuito de esfregar os olhos, sentiu...
...o cheiro ainda não havia saido.Pior; a camiseta preta estava em cima do travesseiro, que agora estava totalmente embebido daquele cheiro tão bom e tão cruel...

28/03/07 - Pat =)

P.S.:Juro que amo esse texto.Não gosto de chamar meus textos de crônicas, pois como disse o Rony, meus textos parecem confidencia.Nao gosto de escrever poesias, a subjetividade é mta e eu amo a objetividade.Amo esse texto pq ele reflete uma fase recente da minha vida que foi meio engraçada pra me desvencilhar.Gosto da camiseta que faço referencia.Gosto dessa parte da minha história.Acho que ela merece mais alguns textos.Um dia eu ponho uma poesia que eu fiz na minha época de fossa...

Pat =)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Acne Brasileira

Como no rosto do adolescente
Brotam, no solo deste país, as impurezas de nossa nação
Escancaradas, pra todo mundo ver
As hipócritas espinhas políticas e os cravos burocráticos
Enfeiam o jeitinho do país do jeitinho

Podem espremer
Podem arrancar
E até cortar a própria carne
Mas ele sempre estará lá
O pus brasileiro rapidamente se une

E na manhã seguinte ele voltará
Bem na ponta de nosso nariz

-o fio de Seda-

Minhas pobres crianças.
Eis aqui seu guardião de sonhos.
Petrificado com a imprudente inocência
Desses olhares de tom risonho.

Minhas almas guardadas.
Será que o guardião pode voltar a sorrir?
Sabendo que suas línguas são como facas.
Prestes a fazer meu orgulho de protege-las ... Ruir.

Enfim chega a hora que os pássaros se vão.
Com as asas que eu ajudei a fortalecer.
Mas sem empurrão do guardião.
Pois existe um fio de seda
Entre não saber agradecer e a ingratidão.

Não use seu voar pra me ferir criança.
Quem sabe o guardião será morto.
Pelo seu bater de asas torto.
Que como suas palavras, na minha frente dança.
E com um suspiro irreal pro alto se lança.

Alguma hora meus pássaros se vão.
Com as asas que eu ajudei a fortalecer.
Mas sem a ronda do guardião.
Afinal, ainda há o fio de seda
Entre não saber agradecer e a ingratidão.

De cima da torre de sua proteção.
Estão os marejados olhos do guardião.
Que quer se recusar a enfrentar ver.
A queda de suas crianças a morrer.



____X_____

Então, é bom eu postar aqui pq eu ESQUECI desse negócio que eu escrevi.
Então, evolução da poesia do Tiano, poema de 2005. Acho que foi a primeira coisa que eu escrevi na adolescência que rimava. E dane-se a métrica, essa aí eu desconheço.
Eu não AMO, mas sei observar com carinho essa poesia.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Chorava quando criança

Chorava quando criança




Chorava quando criança
Pra dizer o meu espanto.
Meu pai se entediava
Vovó batia a porta
Alguém se lastimava
Mas todos me entendiam

Logo passada a infância
Veio a dança das palavras
Me tocar profundamente.
Me veio, num sonho,
A imagem de um anjo maldito:
“Vá brincar com a Linguagem”
Disse ele displicente...

Meu ser foi se afundando
No caos aprazível das palavras
E hoje, passado-futuro-presente,
Rezo, canto, falo...
E ninguém me entende

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Mesa de Operações

É com um beijo
Começa a sua quarentena do seu vírus de mim
Contágio do meu corpo
Contato da minha pele
E você vai se perder em suspiros.

Sua sanidade na minha linha de tiro
Iniciamos esta úmidas Guerra Fria
Não se afaste dos meus lábios grilhões
Do tenro toque do tecido morno.

Deite na minha mesa de operações
Deixe-me testar seus limites
Quero seu corpo objeto
em sintonia com minha paixão alma
E teremos, sem dúvidas, bons frutos.

Você não pode lutar contra si.
A vontade de ter mais de mim.
Não dá pra manter-se longe
Do bem errado de ter-me perto.

Deite na minha mesa de operações
Deixe-me quebrar seus limites
Receba instruções ao pé do ouvido
Prove gosto de mim na boca
E teremos, com certeza, bons frutos.

_____x_____


Então, pra acabar com esse negócio de "O Cristiano não escreve". O Cristiano não tem escrito, só isso.

Poesia da minha época de pré-vestibular, espero que gostem.
=*

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Da coragem

Cada vez precisando de mais força, espiei dentro de mim tudo que eu já vinha sentindo.A grande fortaleza, assim que me defino.Alguém que não mede o tamanho da tempestade, que encara tudo com muita naturalidade, entende as diferenças das pessoas, entende a criaçao de cada uma delas.Não sei mais chorar de tristeza.Depois de tamanha depressão, desaprendi a derramar lágrimas por pessoas.Minhas lágrimas são involuntárias; dor fisica ou raiva, mas mesmo assim, sem que ninguém saiba que sou passivel de erros.Os erros são inaceitáveis, por mais que eu seja humana.As pessoas me olham e me apontam.A crítica é semopre dura e a pior delas é a que vem de mim.Destrutiva sempre.Não sou capaz de aceitar o meu erro, mas o erro dos outros é perfeitamente passivel de compreensão.O apego é desnecessário.Não devo me apegar a nada, a ninguém.Tarefa dificil, principalemnte pra alguém como eu, que busca forças sempre nos olhares mais ternos.Amigos sinceros, pessoas que me querem bem e que cuidam de mim.Pessoas de quem eu cuido com muito prazer.São eles que me reergueram, depois de tantos erros e quedas.Sem saber o que eu tinha, me deixaram viva e me ajudaram na minha auto-reciclagem.Quem me conhece há mais de dois anos, não me conhece tão bem assim.O amor é algo que vem e vai.Amor de amigo, amor de amante.Eles vão sempre embora e a gente deve manter a mesma força.Não posso deixar as coisas me levarem; eu levo sempre minhas proprias coisas.Eu comando e chefio minha propria vida e eu imponho as regras.Não sei se elas são certas ou justas, mas meu lado egoísta é uma forma de proteger quem eu mais amo: eu mesma.É complicado encarar os erros dos outros como uma falha propria, mas os encaro assim.Sei que fui muito fraca ao ponto de me fazer de cega, de me fazer de desentendida.Errei nisso.Era pra reinvindicar, pra lutar e não aceitar muitas coisas que aceitei.Como pode fazer vista grossa diante de uma mentira tão grande?Como é admissivel uma outra pessoa apontar o dedo na sua cara e dizer o que você tem que fazer?Errei no meu passado a esse ponto e não quero mais ver nenhum rastro de alienaçao.Não preciso fazer loucuras para ser feliz.Não preciso ser tão imatura a este ponto.Eles todos vieram porque estão de passagem.Claro que alguns ficam mais tempo, mas a tendencia é apenas de férias de verão e a hospedagem é aqui dentro de mim.Meu coraçao é um albergue sempre aberto e disponível para coraçoes passageiros.A vida é assim, as pessoas são assim, eu sou assim também.Você escolhe, você é escolhido.Ou não.Você também pode ser rejeitado e isso faz parte.Você pode rejeitar.Quero voltar a ser auto-suficiente.Ser eu mesma e parar de me limitar.Parar de querer limitar os outros.A liberdade me chama e eu não sei se devo atende-la.Sei me prender, mas não sei me soltar.Mas sei tão bem como se é livre.E sei que ser livre é decidir por si mesma.Decidir sem pensar em ninguém que esteja me esperando.Odeio que me esperem, por isso sou tão pontual (sempre que posso).Odeio que me esperem, por isso que sou livre e não gosto de marcar com nada, marcar ninguém.Odeio a paixão.O amor é doce, mas a paixão é cítrica.A paixão te prende numa parede aspera, te engole como um bicho muito grande.Ela não te deixa pensar nem agir direito.Ela faz com que você se hipnotize, se deixe envolver numa atmosfera de prazer e dor e não sabe dizer não a nada.Se entrega como um peixe a uma isca.Aproveita sem saber que aproveitam de ti.Pegam toda a boa essencia que voce tem, arranca de você tudo que você reconstruiu de bom para si e levam embora.E deixam você vazio, sem nada, sem esperança.O amor vem de mansinho e não exige nada.O amor pode existir apenas porque ele é belo, e não porque há um ser amado.Amar o amor é verossimil, é aceitavel.Ninguém se apaixona pela paixão.E ai, se é amor, dura mais; se é paixão, não.O que seria essa coisa que as pessoas sentem?Esse desejo, essa loucura?Onde fica a coragem pra sair dessa arte tentadora de fechar os olhos e sentir?Um pouco carne, um pouco alma.Onde fica a alma dilascerada depois de tanta carnificina?A alma pertence ao amor, a carne pertence a paixao.Mergulhada em conteitos, em comportamentos, em amor e paixão.Quando se diz eu te amo?Quando se ama, ou quando se deseja?E quando desejamos e quando amamos?Vixi, acho que a coragem pra ser imparcial a si mesmo passou longe.Eu preciso de coragem, aceitar que preciso fugir.Eles sempre serão iguais.
Pat =) - 02/06/2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

O Corredor

Escrevi esse "poema" num daqueles meus insights... estava sentado, no corredor da faculdade de letras...esperando o tempo passar... e as frases vieram...formando mais ou menos isso que está ai embaixo. Há um bom tempo eu nao tinha algo do tipo... que a criatividade torne a jorrar!

As pessoas andam pelo corredor
Cheias de trabalhos
Cheias de idéias
Cheias de coisas pra contar
Cheias de nada
Vazias de tudo
Cheias de tudo
Satisfeitas contudo?

Que a vida seja muito mais que esse extenso corredor de inúmeras portas que nos levam a outros corredores iguais aos que já havíamos passado.

Eu quero curvas
Eu quero o mundo
E ficar...
Vazio de nada
Satisfeito com tudo.

Meu Primeiro Beijo

Eu sou muito joselito né? Só pode. Só alguém como eu pra ser tão sem-noção que posta um texto como esses... pessoal... não me zoem tá?! Eu tenho problemas!!! O.o


16 de outubro. "Hoje é o dia!" pensei. Há 17 anos esperava por aquilo, na verdade já havia demorado tanto que nem me importava tanto com aquilo, mas enfim, o dia havia chegado. Tanto tempo resumido em que? Um ou dois minutos? Mas eram um ou dois minutos magníficos! Que podem mudar sua vida! Pensava uma de minhas consciências.
Vamos repassar. Você sai da prova, fala com ela. Ela com certeza vai dar a entender que quer ir... vocês vão. Mas... e ai?
- No colégio? - pensei.
Não, muita gente conhecida.
- No ponto?
Ponto de ônibus? Que anti-romântico!
- Dentro do ônibus?
Mas trepida muito... seria um péssimo começo.
É... teria que ser por lá mesmo... o Shopping! O lugar mais óbvio de todos.
- Mas Ygor, pode não rolar nada. Vocês só vão pra lá, pra comprar uma borracha não é? Uma borracha! Se acontecer algo... ah, se acontecer algo... aconteceu!
Minha cabeça, como sempre, em nada me ajudava.
Acabada a prova, a encontrei. Mas como previa, só o fato de vê-la já me deixava congelado como se ela dissesse "venha, tô aqui, deixa de ser molengão! Bora!!!! Não tenho todo o tempo do mundo!" congelava porque não trabalho sob pressão, mesmo que ela não dissesse aquilo, eu sentia, e pra mim era a mesma coisa.
- Ygor ce não vai não? Daqui a pouco é o niver da Bia.
Fomos...
Opção Colégio: Descartada
No ponto falamos da prova mas minha cabeça trabalhava a mil. Eu pensava no que tinha de fazer e pensava que estava pensando muito no que fazer. Uma confusão só, que resultou em...
Opção Ponto de Ônibus: Descartada
No ônibus seria o grande momento! Não haveria como errar a não ser que... a não ser que um grupo de velhinhas que pareciam ter saído de um asilo não enchessem o ônibus... velhinhas sempre reclamam!!
Opção Ônibus: Descartada.
Chegando lá, ela foi comprar a borracha, pra minha infelicidade na primeira loja que viu.
- Por que não podia ser nas Lojas Americanas? Até lá já tava preparado. - pensei, cada vez mais nervoso.
Após ter comprado ela fez A PERGUNTA:
- Pra onde vamos?
E eu dei A RESPOSTA (após encher os pulmões):
- Para... Siciliano!!
- Siciliano? - ela perguntou.
- Claro, Siciliano.
- Lá é o seu território não é?
Não respondi com tanta vergonha que tava da minha resposta...
- Siciliano Ygor?! Que isso? Tá maluco?!! Isso lá é hora de ver livros? Você já faz isso todas as vezes que vem aqui. Você não veio pra comprar, nem ler livros!
Enquanto entrei, abri uns livros, li alguns, mostrei outros pra ela, minha cabeça só dizia: "Sai daí Porra!!!".
Saímos... não tava conseguindo... não adiantava fingir ser uma pessoa que eu não era.
Então, dessa vez, EU fiz A PERGUNTA:
- Eai Kitty? Pra onde vamos?
E ela me deu A RESPOSTA:
- Você que sabe.
- Me fodi! - esse foi o pensamento instantâneo que passou por mim. Tava esperando que ela falasse. Justo ela! Uma garota tão extrovertida, que sempre, pensava eu, tinha pedido pra ficar com os garotos... por que ela tava tão tímida?
- Tá bom, respondi. - e saí andando.
- Ygor, pensa... um lugar, lugar, lugar... Praça de Alimentação?
- Não. Tem que ter uma proximidade maior.. .as cadeiras atrapalham.
- Alguma loja?
Nesse pequeno tempo ainda consegui imaginar, eu entrando em uma dessas lojas de roupa. A atendente chegando e perguntando:
- Deseja alguma coisa senhor?
- Sim, quero ter uma atitude... você me ajuda? Precisa ser tamanho GG.
- Temos nas cores...
- Pára Ygor!! Não desvirtua! Pra onde você vai levá-la?
Até que meu instinto me levou pro lugar mais óbvio dentro da própria obviedade. O local que eu chamo de Muro das Lamentações, que de lamentação, na verdade, não tem nada. Lá perto do Playcity no NorteShopping.
- Pra onde você tá me levando? - perguntou.
- Não sei. Vamos por aqui e ver onde saímos. - respondi.
Tá, foi o cúmulo do cinismo, porque ambos sabiam onde aquele caminho daria, mas foi a coisa mais sensata que consegui dizer!
Lá chegando, casais se pegando (surpresa!) e um guarda... pessoas no parque, mesmo que vazio... era chegada a hora.
- Kitty, vou abrir o jogo. Eu não sei o que fazer.
- Olha... eu vou te falar... sou tradicionalista
- (ai meu deus!) Como assim?
- Pra mim, é o homem que toma a iniciativa
- PU-TA QUE PA-RIU! - o pensamento foi tão forte que quase falei.
- Ygor, tu tá na cara do gol, sem goleiro, é chutar, não é possível que tu erre!
Mas eu ficava lá parado. Era como se milhões de informações estivessem passando pela minha cabeça e eu estivesse dando tilt.
Fui me aproximando...
- Então eu vou - disse.
Só que sempre parava antes de começar.Na minha cabeça aquela situação era muito falsa como se fosse algo do tipo "ponho a mão aqui. Agora vou pôr aqui. Vou chegar perto. Estou abrindo a boca. Estou encostando a língua..." quer dizer... nada a ver!
A partir de agora, se quiser ter uma visão muito próxima de como estava me sentindo, pense num cara que acabou de broxar pela primeira vez. Tava assim mesmo.
- Desculpa Kitty. Eu não to conseguindo.- dizia, quase que choramingando, abraçado a ela.
- É só um beijo, seu viado! - pensava. Mas no meu caso, pensar não é agir.
Me lembro que a abracei mais umas 3 vezes. Até que chegamos ao estágio critico, fase 2.
- Ygor, você realmente quer ficar comigo?
- Eu qu, acho que vo-vo-cc, acho que u-u, ô! Acho que tipo, eu quero fisc-fic-ficar...ô! Sim, eu quero. E você?
- Eu também.
E fez-se o silêncio. Era agora... era o momento! Mas quem disse que eu me mexi? Um só palmo! Se você agora tá com um sentimento de raiva ou algo parecido, acredite, me senti da mesma forma.
Rimos e nos abraçamos e passamos ao estagio critico, fase 3, ameaça nuclear.
- Tá, eu vou contar até 3 tá Ygor? No 3 você vai.
- Tá... tô preparado.
-1...
-2...
- Péééra! Pára! Tá falso... falso demais.
Nos abraçamos, rimos, eu quase chorando, e a contagem se repetiu por mais 2 vezes. Até que 3 fatores mudaram essa rota...
Enquanto estávamos abraçados percebi que o guarda estava com um sorriso de canto de boca, se divertindo com a minha desgraça... maldito!
Estávamos atrasados para o aniversário da Bia.
Ela disse: "Ygor... estamos atrasados... é agora ou nunca."
...................................................................................................................................................
"Porra!!! Consegui! Nossa! É bom! Quanto tempo Ygor! Pára de pensar!! Aproveita!!! Se concentre no que está fazendo!"
Não sei o que aconteceu, a adrenalina foi tão grande que só me lembro de já estar beijando e ainda assim, pensando. Mas foi por pouco tempo... depois do meu primeiro beijo eu fiquei calminho, calminho.Quase um Nirvana, eu diria. Não pensava em mais nada. E como havia pensado no começo de tudo isso, foram 17 anos de empecilhos, pensamentos-lixos, que se resumiram em maravilhosos minutos, mas eu não precisava ter pensado tanto!
E essa foi a historia do meu primeiro beijo...
Claro, podem havar pequenos detalhes que nao foram contados ou alguma coisinha acrescentada, mas 99% disso realmente aconteceu... eu existo, ela existe... e sim... essa história aconteceu!

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SoSuechtig, Burajiru